7.11.08

In need

Às vezes eu odeio desabafar. (Quase) sempre me ferro.
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Oh dear, is it really all true? Did they offend us and they want it to sound new? Top ten ideas for countdown shows... Whose culture is this and does anybody know? I wait and tell myself "life ain't chess," But no one comes in and yes, you're alone...
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Julian Casablancas é meu amigo. Talvez o único que possa me entender agora.

5.10.08

Até logo!

Não, não! Não é nada do que vocês estão pensando! Longe de mim acabar com um blog que mal começou! Só vou deixá-lo um pouco "ausente", como se estivesse viajando de férias. O peso na consciência de ainda não ter me formado assim ordena.

Beyjas! Já volto!

4.10.08

RIP.

Descanse em paz, nova música brasileira. Que o VMB de ontem seja o último esgar da nobre arte contaminada por afetações dor-de-corno com franjinha e guitarras óbvias, porque "emo é o caralho"! Se é essa música NXzeroàesquerda que vamos celebrar, acho mais digno nos jogarmos com força nos furfles feelings, só Adnet salva.

E a pergunta que não quer calar: o que é um playback do Bloc Party pra quem elege Paramore como melhor artista internacional? É a velha história do "o que são uns gases pra quem já tá com diarréia?". Eu acho que essa adolescência MAINSTEEN tem ingerido muitos coliformes fecais... 

2.10.08

Você sabe que tá na merda quando...

1. ... seu bofe tá estudando na Espanha e mora numa casa com uma internet paumolão, que vive caindo.
2. ... você tenta colocar os posts do seu blog como link permanente e ajeitar a parte dos comentários (não sei pra quê) mas, ao editar o html, explode o layout.
3. ... você, nervosa, insana, lôka, abre o youtube pra torturar com requintes de brutalidade o seu bom gosto musical e saciar a vontade saídanãoseideonde de ouvir Evidências. Isso mesmo, Evidências, do Xorãozim e Chitãoró.

Definitivamente NA MERDA. 

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*O layout tá direito agora, consegui achar o código na internet de novo. Enquanto não tenho tempo de criar um outro, vai ficar esse vermelho de maçãs mesmo. Ainda não desisti de colocar link permanente.

1.10.08

Tá no G1:
Porrada na cara dos neoliberais

Sinceramente? Eu NUNCA acreditei na existência da tal "mão invisível do mercado", Adam Smith que me perdoe. 

A porca tá torcendo o rabo bonito, [daniel] a jiripoca tá piando [/daniel], e o que o "livre" mercado faz?? A QUEM recorre? Pede arrego ao ESTADO, como um leão sem garras que já perdeu a majestade há muito tempo. E essa indefinição de dias dos deputados americanos está entontecendo a economia do mundo todo na montanha russa das bolsas.

Depois dessa, será que alguém ainda vai acreditar nesse modelo neoliberal falido? 

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UPDATE: apesar de ser um blog vermelho, o bloodymari não é comunista, nem a Mariana.

Gerência

Engraçado eu ainda não ter feito um post sobre música. Eu respiro, bebo, como, falo e vomito música, mesmo sem saber cantar ou tocar um instrumento (tentei baixo, até levava jeito, mas enfim...). Sabem aquela do Cansei de ser Sexy, Music is My Hot Hot Sex? Pois é, a letra soy yo. Uma das tantas.

Ultimamente tenho saído um pouco do mundinho roquenról (que eu ADORO e que formou meu caráter) e procurado abrir os tímpanos pra outras freqüências. Tô passando por uma fase eletrônica, mas ainda falta comer muito Kraftwerk com Tiësto e Daft Punk pra ser alguém na noite. Daí que, um belo dia, sintonizei a tag "electronic" do last.fm e tive uma surpresa ao ouvir um treco eletropsicodélico com umas notinhas que grudaram no ouvido. 

Târârâtarâratâ-târârâtarâratâ-târârâtarâratâ-târârâtarâratâ. Aí você adiciona um batidão distorcido com voz mais distorcida ainda e voilà. Time to Pretend, do MGMT (leia Management, inglês para gerência, administração, etc). Tempo de se mudar pra Paris, usar heroína e transar com as estrelas. Coisa de... er... lôka, néam? Adoooooro!!

E, graças à minha amiga Nat, que me passou as outras músicas (maravilhosas) do (maravilhoso!) álbum Oracular Spetacular, viciei bonito. Não consigo parar de ouvir e de me imaginar dançando sob um luar rosa fluorescente com um monte de cópias de mim mesma rodopiando. Delícia mesmo, é pra esquecer que existe mesmice musical. 

Aliááááááááááás, o MGMT vai tocar no Tim Festival aqui do Rio!! Dia 24 de outurbro, placo Lab! Alguém se habilita a ajudar uma bicha-pão-com-ovo a ver a salvação de 2008? Façam caridade, porque no meio desse monte de Jonas Brothers, Miley Cyrus, Paramores e NX Zeros da vida, ainda existe esperança!

E aí? Vai pagar pra moi?

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*Como ninguém lê isso aqui, não preciso explicar aos defensores-da-moral-e-dos-bons-costumes de plantão que eu NÃO estou fazendo apologia às drogas por ter usado o verso que cita heroína. 

30.9.08

Acho cheque

Essa vidinha de bicha-pão-com-ovo tá chata. Nessa sociedade de consumo de meu Deus, é péssimo não ter dinheiro pracomprar roupas dygnas, pra dar um upgrade no picumã (sim, eu padeço do cabelo rebelde) ou pra comparecer nas bombacións dos amigos . É a morte. Pior ainda é pensar em fazer aquele curso de webdesign que vai me dar uma graninha e aumentar a minha empregabilidade (ui!), ficar toda animada, sonhando com o conteúdo das aulas e, er..., não ter la plata para isso. É realmente cheque

Do jeito que tá, nem dá pra fazer a culta no Festival do Rio. Vários filmes eu queria ver, mas paciência! porque grana no ecziste. Se alguma alma caridosa (só pode ser alma mesmo, já que ninguém de-carne-e-osso lê isso aqui) for, pode comentar os filmes comigo no MSN. Nem ligo pra spoiler, já que tão cedo não vou poder ver nada.

Pra adicionar mais um cheque ao talão sem fundos da minha vida (gente, tô pior que o Lula), só a trilha sonora que embala esse post agora... Turn arooooooooooooound, briiiiiiiiiiight eeeeeeeeys. Daí pra melhor, começando pelo Backstreet Boys que acabou de tocar and I'm bringing 1998 back. Pelo menos eu era menos pobre há 10 anos.

29.9.08

Zhivago


Noite de insônia braba, a de ontem. Sem ter muita escolha, fui deitar e resolvi zapear pra ver se encontrava um programa dygno pra embalar meu soninho. Show do Metallica (eu costumava gostar, mas hoje em dia é peso demais pra moi) na MTV definitivamente não é coisa pra fazer boi dormir, então coloquei no Futura. Opa, ia passar um filme obscurozinho, Doutor Zhivago (Доктор Живаго,leia "Jivago"), adaptação do livro homônimo - que eu ainda não li - de Boris Pasternak. Não era o clássico de 1965, mas me parecia uma boa produção para TV. E quando vi o boffyescândalo que interpreta o papel-título, me perguntei qual a utilidade do sono e encarei o filme madruga adentro.

A história se passa na (mãe) Rússia revolucionária e, entre invernos congelantes e atrocidades cometidas por bolcheviques e mencheviques, o médico Yury Andreievitch Zhivago tenta levar uma vida tranqüila, mudando-se de Moscou pra uma cidadezinha nos Urais com a amada esposa Tonya, o filho e o sogro. Mas é lá que ele reencontra Lara, seu grande amor do passado, e os dois passam a viver um romance paralelo. Muitos encontros e desencontros - provocados pela situação de guerra em que a Rússia se encontrava então - depois, Zhivago perde a esposa e a amante. Durante a película, fica a impressão de que ele realmente ama as duas, de que seu coração é dividido em partes iguais para elas

Depois que o filme acabou, me peguei pensando que existem mais Zhivagos do que julga a nossa vã filosofia. Em algum momento da vida, podemos amar mais de uma pessoa de forma igual, e querer uma ou outra ou até ambas (ou mais) ao mesmo tempo. E ninguém é piranha, vadia, cafajeste ou galinha por conta disso, simplesmente acontece. A quantidade de pessoas lindas, maravilhosas, gostosas, especiais, perfeitas e irrecusáveis que cruzam com a gente pode ser maior do que a adequada pra essa sociedade monogâmica...

Não creio que culpa seja a melhor saída, já que você não vendeu os direitos dos seus sentimentos pra pessoa que você namora/é casado/noivo/enrolado/enroscado com. E, já que vivemos, pelo menos oficialmente, em um sistema um-pra-um, nos é pedido pra escolher entre um/a e outro/a pra "não magoarmos ninguém" e porque "só dá pra amar MESMO uma pessoa". É o que manda a ética monogâmica.

Seja quem for o/a "escolhido/a", alguém vai sair da história machucado. Não seria melhor se você pudesse ficar com todas as pessoas que você ama e que ele/a pudesse fazer o mesmo? Pensando bem, eu queria que o Dr. Zhivago encontrasse a esposa e a amante e todos vivessem felizes para sempre naquela casa perto dos Urais. Se soubessem driblar o ciúme (sim, ele infelizmente existe), evitar-se-ia muita tristeza.

Mas, como disse o melhor amigo do doutor, "não se pode fazer uma mulher feliz com metade do seu amor". Então, só resta à sociedade desejar uma morte dolorosa e solitária a todos os Zhivagos pelo bem do "amor inteiro"! 
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* De acordo com minhas fontes, o nome Zhivago tem o mesmo radical da palavra "zhiv" (жизнь), que significa "vida" em russo. BloddyMari também é cultura, oh my brothers and only friends.
* Desculpem pela marca d'água uwó do Istock na foto. Não achei outra imagem melhor pra ilustrar o tema do post, e não tive como tirar a maldita no meu photoshop que não abre mais.

26.9.08

... quando ho visto che bastava un tuo ritardo

Sou uma pessoa fria. Do tipo que não abraça muito, não beija no rosto e que não abre um sorriso de orelha a orelha ao te ver. Pessoas assim como eu, amantes do mistério e inimigas da dramalhice, normalmente guardam tudo o que as aflige, preferindo a morte a confrontar o outro em uma seção de DR

Se você um dia foi meu caso, potencial namorado, futuro amor da minha vida ou cafajeste, nunca me viu tentando discutir a (não)relação, perguntando as razões da sua er... idiotice e muito menos chorando por ter sido magoada. O mundo podia ter sido engolido por um buraco negro produzido pelo acelerador de partículas do meu coração, mas você nunca soube disso. Orgulho? Talvez. Ou falta de emoção imediata.

Acontece que apareceu a pessoa que perfurou esse escudo. Discuti a relação hoje, com um medo filho da puta de tudo acabar com um "você é emocionalmente instável, então não podemos continuar". Não acabou. E cada vez acredito menos na possibilidade de isso acontecer. Sempre existe a possibilidade, em relações loucas e até nas mais perfeitas, claro. Mas também há a de não acabar.

Até que se abrir faz bem. Ficadica.
 

31.8.08

Because the world is round...

... eu ainda acredito em justiça.

O mundo é redondinho e dá voltas perfeitas. Uuuuum. Dooooooooois. Trêêêêêêês. Pode ser uma idéia bizarra, ainda mais considerando a existência de algo chamado tempo, mas tudo volta ao ponto de partida. É como andar em círculos. Se você faz merda aqui, ela vai esperar no ventilador paciente do tempo (sempre ele) e, lá na frente, vai explodir na sua cara, muito mais fétida do que antes. Então, sempre que chamar alguém de idiota, lembre-se que o imbecil de amanhã é quem fala.

E o idiota de outrora, que não tem sangue de barata correndo nas veias, vai assistir a tudo na primeira fila do desfile quando a hora chegar. Ou talvez não importe mais.

14.8.08

Como uma merda no mar

Ontem fui ao banco, não porque eu sou masoquista e gosto de fila, mas porque queria dar um destino mais seguro - e rentável - ao meu pobre dinheirinho. Ao chegar, surpresa!, o coitado encolheu vertiginosamente... É, andei torrando mês passado, justamente quando saí do estágio. Agora é me preparar para a guerra contra a sociedade do consumo e economizar no almoço pra ter o jantar.

Nunca imaginei esses dias.
A ex-uma-das-melhores-do-colégio-aluna-modelo-de-média-acima-de-9 era protegida por uma armadurra de competência feita de cristal que começou a se rasgar em 2004, ao adentrar a Universidade. Era uma armadura bonita, que dava a sensação de segurança e sucesso eternos, mas que se mostrou comum e fora de moda, frente aos milhares de modelos usados pelas pessoas da faculdade. Três estágios, pouca expectativa e muito pouco dinheiro depois, o que existe agora é um uniforme cinzento de realidade cruel, que impede Mariana de ter o mundo em suas mãos, já que não tem um começo tão promissor quanto o das amigas, bem empregadas e confortáveis com o dinheiro vosso de cada mês.

A realidade é monótona, me enterra e não me deixa fazer nada. Preciso resolver minha vida e arrumar dinheiro para começar a ser o que sempre quis. Porém, desde 2004, parece que algo não me deixa cumprir o futuro anunciado de uma pessoa talentosa (dizem). Lágrimas não ajudam nesse caso, anestesia não adianta. Posso ter tomado um puta dum tombo e ainda estar me revirando no chão, mas esse, definitivamente, não é meu lugar.

Levanta e anda.

27.7.08

12.7.08

I just don't know what to do with myself...

... quando uma certa pessoa se for para além do Equador.

2.7.08

Lui è arrivato.

24.6.08

Feeling good!


FELIZ!!! Me controlando pra não gritaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaar!!! O mundo é belo e pequenininho.

Motivo de tanta alegria? Só conto na sexta-feira.

17.6.08

Sr. Darkside

Metido a um canto da festa, o ex-namorado de Jaqueline - também conhecido como "corno-porque-quis", "cuzão-em-todas-as-línguas", "cafajeste-incurável" e outras alcunhas carinhosas dadas pela amiga da moça - se contorcia sem mover um músculo. Não acreditava no que via.

Ela beijando outro. Dando pro outro - se recusava a pensar no que nunca viu, mas sabia. Gozando com o pau do outro. Logo ela, que, em 4 anos, havia sido tão pura e fielmente dele. dele. Agora era do outro. E quiçá lembrava de tudo o que foi. E passou. Apagou como se apaga um rascunho de merda.

Esmagou a lata de cerveja como queria fazer com o outro. Se é vingança que ela tá fazendo, é vingança o que ela vai ter. Mas Jaqueline nunca foi vingativa. Agora sentiu a excitação dela com um beijo molhado no pescoço como um chute no saco.

Não merecia. Ora, a outra não foi nada, só outra outra, que o largou três meses depois de Jaqueline a conhecer na cama dele. Era só uma bunda, uma jogada de cabelo que dava tesão e gemidos altos. isso. Então por que Jaqueline não queria mais?

Agora não havia mais outra no caminho. Ele estava lá, sem mulher, na merda. Sacanagem dela, nunca ia imaginar isso. Ela sempre esteve no papo. Outro.

Olhou pro lado e foi em cima da mulher mais feia da festa. Agora ela vai ver.

Mas ela nunca beijou de olhos abertos.
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A foto é uma cena do clipe de Mr. Brightside, do The Killers, e o título eu NÃÃÃO SEEEEI de onde vem, heheheh.
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16.6.08

Peso pena

Só pra dizer que hoje tô me sentindo muito mais leve. Tô parecendo uma pena de beija-flor. Mesmo com monografia me infernizando e eu sem qualquer criatividade.

É tão bom ser pena de beija-flor!

15.6.08

Amélie e Grushenka

Eu tenho gastrite nervosa. Quando meu querido estrombo queima, boa coisa não está acontecendo comigo.

Pedi uma semana de arrego no meu estágio pra me dedicar à monografia. Percebi que não é simples assim. As palavras ficam presas e há uma autopressão que me empaca. Mas pelo menos achei a causa do fogo em minha barriga.

Não. Antes fosse.

Ontem (re)vi Le fabuleux destin d'Amélie Poulain. Se antes eu achava o filme fofo, inocente, com uma fotografia e um roteiro maravilhosos, ontem ele me fez chorar. Expulsar todas as lágrimas. Praticamente me matou.

A culpa é da cena final (se você ainda não viu o filme, esqueça esse post).



Por que diabos uma coisa tão simples como andar de moto com o boff me deixou tão derrubada, se há outras cenas mais fortes no filme?

Porque não consigo mais agüentar, internet tem sido pouco pra mim. Aquelas 32 horas foram a cena mais bonita do meu filme, mas foram apenas 32 horas. Saudade eu tenho das coisas comuns que todos os outros fazem, como sair juntos, andar de bicicleta juntos, ir ao cinema, fazer carinho, falar besteira, ir pra cama... Assim como a cena final de Amélie, o Atlântico também está me matando, enquanto faço tudo pra não me afogar.

Eu já tinha sido morta antes, assassinada com requintes de frieza e crueldade. Mas ressuscitei como fazem os fortes e fui agraciada, apesar de ter ficado uma cicatriz da facada em meu coração de estátua. Vez ou outra, a cicatriz lateja, como faz meu estômago agora, desesperado pra vomitar algo muito fétido que se apossou das minhas entranhas.

Posso dizer que me transformei na Grushenka, de Irmãos Karamazovi (melhor livro do Dostoievski). Depois de algumas porradas e um coração falecido, ela encontrou o Dmitri, pra depois ter que se afastar. Injusto o destino, parece que a paz de espírito e o amor estão sempre te provando, testando teus limites, pra saber se você é merecedora das coisas normais que todos os outros fazem.

Eu só sei que cansei da gastrite e quero uma vida normal, sem mágoas, sem lembranças da morte anterior e com todos os passeios de moto a que tenho (temos!) direito.
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Quando tocarei em você de novo, Dmitri?

12.6.08

E eu...

... que pensava que só os fracos não se formam.

Tô comendo minha língua frita com óleo de boldo agora.

11.6.08

Falando das flores

Flores? O blog é de maçã, louca!

Tá, vocês compreenderam, são bons entendedores e meia referência basta. Eu ainda não falei do blog, fiz dois posts pseudo-reflexivos e nada de explicar o porquê de mais um blog.

Antes de tudo, o nome. Bloody Mari. Mari Sangrenta, literalmente. Pó parar com todos os pensamentos e associações à menstruação, ao vampirismo e à sanguinarice. Nadaver! Bloody Mari é apenas um trocadalho do carilho do meu short name com Bloody Mary, que pode ser desde uma bebida feita com vodka e suco de tomate (hummm!), até uma rainha (Mary I of England, essa sim uma sanguinária). Pronto, simplesmente ADORAY a idéia de ser bebida e rainha em uma só e peguei o Bloody Mary pra mim. Só que o meu seria meu, exclusivo, Bloody Mari.

Além disso a palavra "bloody" me lembra muito a saudosa Londres, já que os ingleses falam isso toda hora! Pra uma metida pseudo-londoner como eu, nada melhor pra esnobar e posar de bacana.

Utilidade de mais um blog pra entulhar o ciberespaço com confissões de mais uma mulherzinha? Quando a rotina te estrangula, é preciso encontrar algo que incomode a mesmice, pelo menos um pouco. Algumas pessoas jogam futebol, outras fazem coisas mais úteis como ler ou desenhar, e outras falam mal do vizinho ou do aquecimento global. Eu escrevo. Ou pelo menos tento. É muita palavra pra ficar superlotada na minha cabecinha.

7.6.08

Une année avec lumière

Não viu As Virgen Suicidas, não leia.
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Vez ou outra eu penso no fim trágico das cinco irmãs Lisbon, especialmente da Lux, femme fatale do clã. As razões para as mortes por overdose, enforcamento, intoxicação com gás de fogão e com monóxido de carbono saído do carro vão desde tristeza com a prisão imposta pelos pais até inspiração pelo suicídio anterior da irmã mais nova. No caso da Lux, tenho certeza, a GRANDE razão tem nome, sobrenome, carro esporte e se chama Trip Fontaine.

Não ligo se vou soar óbvia, mas ser abandonada em um campo de futebol logo após perder a virgindade é um tiro na alma de qualquer mulher com orgulho suficiente para não admitir ser usada. E Lux, no alto de seus 14 anos, surtou. Não suportou a dura realidade de ter sido apenas um cabacinho para tornar mais macho o ego de um filho da puta. Tudo bem, ela era muito nova para se aventurar em certos terrenos, mas afirmo que seria igual se tivesse 21. A morte, anunciada pela loucura repressora dos pais, foi só questão de tempo.

Temos, então, o filme (que eu, particularmente, adoro), o torpe fim de uma história que poderia acabar em superação, cabeça erguida e um vai tomar no cu, Trip. Mas o filme é preciso e sem isso não haveria carga dramática.


Se Jeffrey Eugenides e/ou Sofia Coppola eu fosse, tudo seria diferente.

Sim, eu juro que vejo Lux Lisbon, mais bela e ofuscante do que nunca e já livre da dominação dos pais, adentrando um outro baile ou festa da cidade. O ar de naughty virgin que lotava as fantasias dos meninos da vizinhança é coisa do baile passado, quem está ali agora é uma recém-mulher irresistível pela (in)experiência. Sim, só dá ela. Arrasa.

Eis que olhos azuis por trás de uma tímida expressão de cavalheiro adolescente são fisgados pelo irresistível. E eles dançam juntos entre a atração e a inveja que os perfuram. Ele é o primeiro a realmente amar (e a ser amado).
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História clichê e com fim óbvio (especialmente a coisa do "realmente amar e ser amado"), mas quem disse que o tal "viveram felizes até o infinito enquanto durou" não pode render uma bela e poética história?

6.6.08

What will my verse be?


É uma pergunta que sempre me faço. Se devo contribuir com um verso, qual será? Continuo sem resposta e tio Walt Withman está mais que certo ao afirmar que esse tal jogo poderoso continua. Mas, ainda, devo contribuir com um verso.

Serei capaz? Ou deixarei este novo blog definhar como o que me acompanhou nos últimos 4 anos?

Uma nova fase (ui) começou em minha vida e, para ela, preciso de novas palavras, mas não necessariamente de novos leitores. Se quiser chegar, a noite é uma criança agitada e a casa bagunçada é que nem coração de mãe solteira. Só não exijam atenção demais, eu sou uma só.
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A quem interessar possa:

O Me! O Life!


O ME! O life!... of the questions of these recurring;
Of the endless trains of the faithless--of cities fill'd with the
foolish;
Of myself forever reproaching myself, (for who more foolish than I,
and who more faithless?)
Of eyes that vainly crave the light--of the objects mean--of the
struggle ever renew'd;
Of the poor results of all--of the plodding and sordid crowds I see
around me;
Of the empty and useless years of the rest--with the rest me
intertwined;
The question, O me! so sad, recurring--What good amid these, O me, O
life?

Answer.

That you are here--that life exists, and identity;
That the powerful play goes on, and you will contribute a verse.

Walt Whitman