30.9.08

Acho cheque

Essa vidinha de bicha-pão-com-ovo tá chata. Nessa sociedade de consumo de meu Deus, é péssimo não ter dinheiro pracomprar roupas dygnas, pra dar um upgrade no picumã (sim, eu padeço do cabelo rebelde) ou pra comparecer nas bombacións dos amigos . É a morte. Pior ainda é pensar em fazer aquele curso de webdesign que vai me dar uma graninha e aumentar a minha empregabilidade (ui!), ficar toda animada, sonhando com o conteúdo das aulas e, er..., não ter la plata para isso. É realmente cheque

Do jeito que tá, nem dá pra fazer a culta no Festival do Rio. Vários filmes eu queria ver, mas paciência! porque grana no ecziste. Se alguma alma caridosa (só pode ser alma mesmo, já que ninguém de-carne-e-osso lê isso aqui) for, pode comentar os filmes comigo no MSN. Nem ligo pra spoiler, já que tão cedo não vou poder ver nada.

Pra adicionar mais um cheque ao talão sem fundos da minha vida (gente, tô pior que o Lula), só a trilha sonora que embala esse post agora... Turn arooooooooooooound, briiiiiiiiiiight eeeeeeeeys. Daí pra melhor, começando pelo Backstreet Boys que acabou de tocar and I'm bringing 1998 back. Pelo menos eu era menos pobre há 10 anos.

29.9.08

Zhivago


Noite de insônia braba, a de ontem. Sem ter muita escolha, fui deitar e resolvi zapear pra ver se encontrava um programa dygno pra embalar meu soninho. Show do Metallica (eu costumava gostar, mas hoje em dia é peso demais pra moi) na MTV definitivamente não é coisa pra fazer boi dormir, então coloquei no Futura. Opa, ia passar um filme obscurozinho, Doutor Zhivago (Доктор Живаго,leia "Jivago"), adaptação do livro homônimo - que eu ainda não li - de Boris Pasternak. Não era o clássico de 1965, mas me parecia uma boa produção para TV. E quando vi o boffyescândalo que interpreta o papel-título, me perguntei qual a utilidade do sono e encarei o filme madruga adentro.

A história se passa na (mãe) Rússia revolucionária e, entre invernos congelantes e atrocidades cometidas por bolcheviques e mencheviques, o médico Yury Andreievitch Zhivago tenta levar uma vida tranqüila, mudando-se de Moscou pra uma cidadezinha nos Urais com a amada esposa Tonya, o filho e o sogro. Mas é lá que ele reencontra Lara, seu grande amor do passado, e os dois passam a viver um romance paralelo. Muitos encontros e desencontros - provocados pela situação de guerra em que a Rússia se encontrava então - depois, Zhivago perde a esposa e a amante. Durante a película, fica a impressão de que ele realmente ama as duas, de que seu coração é dividido em partes iguais para elas

Depois que o filme acabou, me peguei pensando que existem mais Zhivagos do que julga a nossa vã filosofia. Em algum momento da vida, podemos amar mais de uma pessoa de forma igual, e querer uma ou outra ou até ambas (ou mais) ao mesmo tempo. E ninguém é piranha, vadia, cafajeste ou galinha por conta disso, simplesmente acontece. A quantidade de pessoas lindas, maravilhosas, gostosas, especiais, perfeitas e irrecusáveis que cruzam com a gente pode ser maior do que a adequada pra essa sociedade monogâmica...

Não creio que culpa seja a melhor saída, já que você não vendeu os direitos dos seus sentimentos pra pessoa que você namora/é casado/noivo/enrolado/enroscado com. E, já que vivemos, pelo menos oficialmente, em um sistema um-pra-um, nos é pedido pra escolher entre um/a e outro/a pra "não magoarmos ninguém" e porque "só dá pra amar MESMO uma pessoa". É o que manda a ética monogâmica.

Seja quem for o/a "escolhido/a", alguém vai sair da história machucado. Não seria melhor se você pudesse ficar com todas as pessoas que você ama e que ele/a pudesse fazer o mesmo? Pensando bem, eu queria que o Dr. Zhivago encontrasse a esposa e a amante e todos vivessem felizes para sempre naquela casa perto dos Urais. Se soubessem driblar o ciúme (sim, ele infelizmente existe), evitar-se-ia muita tristeza.

Mas, como disse o melhor amigo do doutor, "não se pode fazer uma mulher feliz com metade do seu amor". Então, só resta à sociedade desejar uma morte dolorosa e solitária a todos os Zhivagos pelo bem do "amor inteiro"! 
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* De acordo com minhas fontes, o nome Zhivago tem o mesmo radical da palavra "zhiv" (жизнь), que significa "vida" em russo. BloddyMari também é cultura, oh my brothers and only friends.
* Desculpem pela marca d'água uwó do Istock na foto. Não achei outra imagem melhor pra ilustrar o tema do post, e não tive como tirar a maldita no meu photoshop que não abre mais.

26.9.08

... quando ho visto che bastava un tuo ritardo

Sou uma pessoa fria. Do tipo que não abraça muito, não beija no rosto e que não abre um sorriso de orelha a orelha ao te ver. Pessoas assim como eu, amantes do mistério e inimigas da dramalhice, normalmente guardam tudo o que as aflige, preferindo a morte a confrontar o outro em uma seção de DR

Se você um dia foi meu caso, potencial namorado, futuro amor da minha vida ou cafajeste, nunca me viu tentando discutir a (não)relação, perguntando as razões da sua er... idiotice e muito menos chorando por ter sido magoada. O mundo podia ter sido engolido por um buraco negro produzido pelo acelerador de partículas do meu coração, mas você nunca soube disso. Orgulho? Talvez. Ou falta de emoção imediata.

Acontece que apareceu a pessoa que perfurou esse escudo. Discuti a relação hoje, com um medo filho da puta de tudo acabar com um "você é emocionalmente instável, então não podemos continuar". Não acabou. E cada vez acredito menos na possibilidade de isso acontecer. Sempre existe a possibilidade, em relações loucas e até nas mais perfeitas, claro. Mas também há a de não acabar.

Até que se abrir faz bem. Ficadica.