Tá, nem tão bombásticas assim pra quem me conhece. Mas decerto o que eu tenho pra falar aqui não é coisinha qualquer, ou não teria tirado a poeira desse blog abandonado e esquecido.
No próximo dia 4 de outubro, ou seja, daqui a exatos 10 dias, estarei em Túnis, capital da Tunísia, pra embarcar em um navio de cruzeiros, o Costa Concordia (é, esse do Roberto Carlos, podem zoar). Vou ficar oito meses navegando e, pelo que eu vi no site, devo conhecer uns 7 países e um outro continente (queria mais, mas tá tudo certo).
O anúncio é grande, porque não é qualquer um que encara ficar 8 meses longe de casa e de qualquer referência terrena pra trabalhar DIRETO, sem fim de semana. O bom é que a grana é ÓTIMA, fora a chance de conhecer outros lugares e pessoas #clichê. Vou ficar com saudades mas, pra consolo de vocês, ficarei de novembro a fevereiro pelo Brasil, com visitas periódicas ao Rio. Sendo bem sincera, eu preferia não fazer a temporada brasileira e pegar um itinerário com mais países, mas a prioridade aqui é a grana que vou fazer pra bancar meus planos futuros. NUNCA em um emprego na área em que me formei eu ia conseguir juntar esse volume de dinheiro, então dane-se o itinerário pouco diverso.
Vou tentar twittar com alguma frequência e não ficar tão alienada do que vem acontecendo em terra. Além de twittar, vou escrever uma resenha pra cada lugar e postar as fotos no meu Picasa ou em algum flickr, se me der na telha de gostar mais do layout. Quero fazer vídeos estilo documentário também, estimular a criatividade enquanto estiver longe da terra.
É isso, pessoas, vou me preparando psicologicamente aqui pra Ship Life, hahah!
Radiohead no Brasil em março. Opa, mais um caô pra coleção de alarmes falsos, pensei. Radiohead e Brasil? Impossível, eles já têm vinte anos de carreira e nada de vir... Ainda mais com Thom Yorke preocupado com a poluição causada pelos aviões cruzando o Atlântico, é pra matar as esperanças de qualquer brasileiro que não desiste nunca!
Mas dessa vez era verdade. Verdade tão verdadeira e desesperadamente esperada que começaram a vender os ingressos pela internet duas horas antes do anunciado. Eu, é claro, comprei durante essas horas antes. E contei os segundos que faltavam pra 20 de março de 2009, quando o Radiohead finalmente estrearia em terras brasileiras no festival Just A Fest, tendo Los Hermanos e Karftwerk como convidados.
Fui pra Apoteose às quatro da tarde do grande dia e já me deparei com uma fila gigantesca de indies, geeks e devotos de Los Hermanos ansiosos. Encontrei um grande amigo e fizemos amizade com dois rapazes que estavam na fila, um vindo de Salvador só para ver Kraftwerk e Radiohead juntos, e outro vindo de meu feudo (Jacarepaguá) pra testemunhar a primeira reunião de Amarante e cia. em dois anos. Quando abriram os portões, cerca de uma hora depois, a coisa parecia cena de Carruagens de Fogo: o povo correndo como se não houvesse amanhã e as bandas fossem fugir, milhares de pares de All Star castigando a avenida. Vinte anos de espera (quase dez no meu caso) dão nisso.
Eu e meu amigo encontramos um bom lugar, mais ou menos na frente e bem no meio. Só que precisamos ir ao banheiro (enquanto esperava por ele, gravei uma segunda leva de pessoas correndo loucamente para o palco) e quase perdemos o lugar ao voltar. Sorte é que reencontramos nosso amigo baiano, instalado ainda mais à frente e lá ficamos, só no suor e na alegria, espremidos pelos devotos dos Los Hermanos ("fã de Los Hermanos" no ecziste, são todos devotos). De qualquer forma, plantamos nossas raízes e nem uma avalanche nos tiraria de lá, era só esperar.
Era umas sete da noite quando Camelo, Amarante, os outros Hermanos e uma banda de metais entraram num palco sem efeitos visuais, apenas com instrumentos. Começaram o show com todo o gás acumulado em dois anos, tocando "Todo carnaval tem seu fim", "O Vencedor" e outras músicas que fizeram devotos delirar e não-devotos como eu (gosto de Los Hermanos, mas não idolatro) pular. Ainda vieram outras babas como "Último Romance" e "Cara Estranho", mas depois o show caiu de produção, ficou sem pegada, já que os Hermanos resolveram apostar em músicas conhecidas apenas pelo seu fiel séquito. Os muitos que foram só pelo Radiohead e os gatos pingados que estavam lá pelo Kraftwerk boiaram, e foi bem irritante ser constantemente empurrada por devotos fervorosos e incansáveis. Na minha humilde opinião, eles deveriam intercalar as músicas conhecidas por todos, mais incendiárias, com as obscuras pra manter um ritmo mais regular. Ao final, sem bis, os fiéis gritavam "Volta, Los Hermanos!", o que ainda é um mistério.
Depois do retorno dos Hermanos, um palco totalmente diferente, onde se destacavam quatro laptops (merchan do Sony Vaio, alguém?) foi sendo montado pro Kraftwerk, grupo alemão que está na gênese da música eletrônica. Ao contrário do show anterior, a apresentação dos quatro alemães (apenas um da formação original) foi um espetáculo visual, tecnológico e contemplativo, já que tem que ser muito indie aqui no Brasil pra conhecer mais do que três músicas. O ponto alto pra mim foi "Das Modell", umas das três que eu já conheçia de antes. O Kraftwerk tem uma postura totalmente robótica e eles não mostram qualquer emoção durante as músicas, mas era engraçado ver os momentos em que se traíam mexendo sutilmente as pernas ou os ombros. Antes do bis, as quatro pessoas no palco foram substituídas por robôs que tocaram "Die roboter", outro bom momento. Eles voltaram vestindo uma roupa cheia de teias incandescentes, pra combinar com o visual da última música, que não lembro qual era. Apesar disso, gostei bastante, entendi que Kraftwerk é mais música pro cérebro que pro corpo.
Dali em diante, espera. Angústia, ansiedade e incredulidade. Eu não conseguia acreditar que, dentro de alguns minutos, eu veria a banda que faz as músicas que mais falam de mim. Enquanto isso, tentava conseguir um lugar ainda melhor, mas tinha um muro de Berlim na minha frente e uma Muralha da China do outro lado, fora que aquela lombada preta dividindo a pista ao meio atrapalhava muito.
Abstraí tudo isso e comecei a gritar que nem criança com os primeiros acordes de "15 Step". Um Thom Yorke cabeludo usava jaqueta de couro naquele calor, mas ele logo tirou. O mesmo não fizeram os guitarristas Ed O'Brien - de paletó e cachecol - e Johnny Greenwood, ressuscitando o grunge com um casaquinho de flanela. Depois veio "Air Bag", a ótima faixa de abertura do Ok Computer e eu comemorei, já que é meu álbum preferido. Em seguida, Thom anunciou que vinha "uma legal", "There There". Legal é pouco, Thomas, "There There" é bombástica, tremi toda com aquela percussão. Devo destacar também a iluminação do palco, com aquelas lâmpadas verticais pendendo do teto e dando uma atmosfera particular a cada momento do show (em músicas lentas, o palco ficava azul ou verde, em trechos mais agitados, as lâmpadas ficavam vermelhas ou piscando freneticamente em branco, arco-íris, etc), uma bela sacada da produção.
Voltando às músicas, depois veio uma de baixo bem marcado, "All I Need", uma das melhores do In Rainbows. Em seguida, para delírio do público, "Karma Police", um clássico que todos cantaram. E, quando todos pensaram que a música tinha acabado, a banda nos deu de brinde mais uns minutos cantando o final "I lost myself! I loooost myseeeeeelf". Maravilha. Logo vieram "Nude", "Weird Fishes", "The National Anthem" (que dancei como doida), "The Gloaming", "Faust Arp"e "No Surprises", o momento em que quase chorei. Nunca parei pra pensar, mas essa deve ser a minha música preferida do Radiohead, pelo menos é a preferida do álbum preferido, então...
Depois do quase chororô, o ótimo primeiro single do In Rainbows, "Jigsaw Falling Into Place", e a pomba-gira baixou em mim com "Idioteque". Daí foram "I Might Be Wrong", "Street Spirit", "Bodysnatchers" e "How To Disappear Completely", sempre com a iluminação de acordo com a energia da música. Com mais de uma hora de show e já contando 17 músicas, a banda saiu e voltou pro primeiro bis, com "Videotape", "Paranoid Android" (que levou a plateia e o espaço da minha câmera abaixo), "House of Cards", "Just" (outra que matou a pau) e "Everything In Its Right Place", uma das melhores do Kid A.
E eis que eles saem de novo. Como assim?, no México foram vinte e cinco músicas e eles ainda não agradeceram! Na dúvida, melhor ficar no lugar. E eles, de fato, voltaram. Thom Yorke, sentando ao piano, dedicou a próxima música - "You and Whose Army", do Amnesiac - "a todas as horas em que os norte-americanos tentaram f****r com vocês". O povo quase morreu de tanto vibrar. Durante essa música, ele ficou com a cara fechada na câmera do piano, fazendo com que aparecesse um Thom Yorke gigante no telão, que parecia olhar pra cada um de nós. Então veio mais uma do In Rainbows, "Reckoner"; e o réquiem, que não poderia ser mais apropriado, "Creep", música que eles não tocavam há séculos antes do show no México e que estava nos sonhos de todos os que sonhavam com Radiohead no Brasil.
Depois do "obrigado" surpreendentemente sem sotaque do Thom, eu não queria acreditar que tinha acabado. Os pés doíam, a coluna ardia, mas se tivesse como, voltaria no tempo e veria de novo, em pé e sem água (aliás, um ABSURDO um copo d'água por seis reais!). Saindo de lá, o que eu mais queria na minha vida era dinheiro pra vê-los de novo e viver tudo mais uma vez em São Paulo.
Amanhã vou à Apoteose pegar meu chorado ingresso pro Radiohead. Se você que (não) lê me conhece, sabe que estou esperando por esse momento, que há de ser dos mais solenes e catárticos da minha vida, há quase 10 anos. Se querem uma comparação, pensem no primeiro gol do Ronaldinho no Corinthians, na primeira (e também chorada) vitória do Rubinho na Fórmula 1 e na cena de Carruagens de Fogo com a musiquinha ao fundo - a emoção é a mesma. E NÃO tô sendo drama queen agora!
Minhas amigas (os amigos também) me chamam de indie. Tá, eu gosto de algumas bandas britânicas e começo a gostar delas quando ainda são relativamente obscuras, mas elas sempre estouram. E eu, ao contrário da imensa maioria dos indies, não deixo de gostar delas por caírem nas graças da massa. Por exemplo, gosto de Arctic Moneys, a nova (?) salvação do rock. Mas aposto que, pra você que (não) tá lendo, Arctic Moneys não é mais novidade nenhuma. Nem nenhuma outra banda que eu adoro, mas o pessoal insiste em me rotular como indie, por sinal um termo que já é last week (que digam os hispters).
Enfim... Não me identifico neeeeeeeem um pouco com o mundinho indie. Acho uó essa história de ficar procurando bandas sino-finlandesas, bancar o grande descobridor de tendências musicais e, caso a MTV também descubra uma das bandas sino-finlandesas que você ama e faça o seu amiguinho mainstream começar a gostar, ela passa a não ser boa o bastante pra você que descobriu antes e já é hora de catar outra banda obscura que vai te dar o status de trendsetter musical. Tá, eu adoro descobrir música nova, mas não tenho o menor saco pra síndrome de underground. Gosto da música, não do fato de eu ser uma das poucas iluminadas a conhecer aquele som.
Ao contrário de tudo isso, pode-se dizer que sou uma pessoa de mente aberta, musicalmente falando... Quem estiver comigo no MSN, vai ver que tô ouvindo Gaiola das Popozudas (eu vou pro baaaaaaaile di di di sainha!). Rio HORROREZ com funk! E imagino que um indie que leve a sério sua condição de indie tenha alergias só de ouvir. Eu tenho coisas aqui no meu computador que me condenariam à heresia indie e assumo. É muito bom não ser indie, você é tão livre... Pode ouvir funk, brega e Britney à vontade...
Por falar em Britney, eu ADORO BRITNEY. Pronto, desabaphey! Meses atrás, eu teria vergonha de admitir, mas acho que não consigo mais esconder. Sofria de uma VM (vergonha musical) imensa, mas hoje sou feliz. Tocou Toxic? Isso é igual a Marianaloucaseacabandonapista. Outro dia falei pra uma amiga que tinha um segredo pra ela, que eu cometia a heresia de gostar de Britney. Ela disse que isso não era mais segredo pra ninguém. Mas, fique claro, gosto da Britney electro-puta, a Britney de Toxic, Slave 4u, do Blackout e do Circus. As baladinhas "gente, sou virgem" do início da carreira são bem chatas.
E, pra extravasar minha recém-assumida paixão, o mais recente clipe de Britney, If U Seek Amy. Gostei bastante, fiquei com inveja do agulhão que ela usa numa cena. Acho que é o clipe mais legal do Circus... Ai, o que eu tô falando, hein???
Outro dia estava sem nada pra fazer e fui a um site, o Taaz, onde você pode carregar uma foto sua e testar maquiagens e penteados diferentes, além de compartilhar o novo visual com a comunidade de usuárias. Gostei da idéia, é boa pra dismistificar um pouco essa beleeeeeeeeeeeeeza suprema que vemos na mídia e que, em sua maioria, é fruto da maquiagem certa e do cabelo certo - e também da quantidade de dinheiro que a mulher dispõe pra gastar com isso, é claro.
Eu fiquei desse jeito aí do lado.
Até que gostei de me ver com cabelo curto e escuro, mas perguntem se eu teria coragem de meter o tesourão? Do jeito que meu cabelo demooooooura a crescer... Fora isso, adorei o batom vermelho, acho que combina com a minha pessoa. E não adianta, meu nariz sempre me incomodará... Ai ai ai ui ui
Não vou fazer um resumo do caso aqui - do jeito que foi divulgado, comentado, mastigado, triturado e gasto pelas mídias brasileira e internacional, todo mundo já sabe quem é Paula Oliveira, o que ela diz e o que dizem contra ela.
MINHA OPINIÃO (em caixa alta, porque se trata apenas da opinião de uma pessoa que está de fora) é de que houve, sim, agressão. E ela estar ou não estar grávida naquele momento é, a meu ver, um detalhe. Não estou grávida e se for agredida por brutamontes preconceituosos (dermilivre!) não vai ser menos pior do que se estivesse, mas discutir gravidez ou não-gravidez não é meu foco aqui.
O que percebo, desde que soube da história toda, é que a polícia suíça vem tentando inverter a culpa no cartório. E simplesmente NÃO ENTRA NA MINHA CABEÇA a idéia de uma pessoa que está em situação totalmente legal no país, tem um puta dum emprego numa multinacional, vai se casar, blablabla whsikas sachée (insira aqui tudo com o que um imigrante sonha ao sair de seu país para a Europa); ter inventado uma história dessas! O que ela teria a ganhar com isso??? Nada. E perderia o tal do puta emprego, a legalidade, quiçá o namorado suíço, além de qualquer credibilidade. Não creio que ela arquitetaria um quiproquó desses pra se queimar e pra manchar a imagem do país que a acolheu. É ilógico. Ninguém em sã consciência legal ou ilegal faria isso (porque não é o fato de alguém estar legal e na vida boa que determina que a pessoa faça ou não faça uma coisa dessas, não concordo com a criminalização dos imigrantes ilegais e com todo o preconceito que eles sofrem).
Sobre as autoridades suíças, elas têm uma imagem idônea a zelar. Portanto, me parece existir toda uma operação de "é a nossa palavra, 'neutra', 'provada por médicos', contra a dela, a imigrante 'louca', 'borderline', que quer acabar com nossa reputação". Nem preciso dizer que, face às imagens opostas dos dois países no exterior (e aqui também), já tem muita gente acreditando na versão deles.
Lendo os comentários nos sites dos principais jornais brasileiros, me chama a atenção como nós abaixamos a cabeça... É um tal de leitor brasileiro avacalhando a imprensa, o Itamaraty e o Lula pela "precipitação", dizendo que brasileiro merece ser mal-visto no exterior porque é "tudo mentiroso", "tudo fanfarrão", que tem "vergonha desse povinho de merda", etc. Culpam a imprensa brasileira por não esperar o fim das investigações, mas não são capazes de ver o quanto a imprensa suíça também está tirando conclusões estapafúrdias sobre o caso, sem também aguardar o seu devido encerramento. Mas é aquilo... como é Suíça, Europa, Primeiro Mundo, PODE.
Por falar em conclusões estapafúrdias veiculadas pela imprensa suíça, me embrulhou o estômago o seguinte parágrafo, a respeito de uma reportagem de um jornal helvético:
"Também afirmam que a gravidez inventada seria uma técnica comum entre mulheres brasileiras para pressionar seus namorados, noivos ou maridos. E acusam o Brasil de ser um dos países mais xenófobos do mundo, onde 72% da população seriam contra à recepção de estrangeiros." (Fonte: G1)
Sobre os 72% de xenófobos eu nem comento. Todo mundo já conhece a ladainha do Brasil que recebe estrangeiros desde que se entende por Brasil, há mais de 500 anos. Agora, generalizar as mulheres brasileiras como parideiras caça-maridos de "sangue azul", eu não admito. Tenho, por coincidência, um namorado europeu e posso garantir que não estou com ele para ter filhinhos de passaporte vinho. Pro cu os genes europeus, não quero saber. E fico bastante ofendida com esse tipo de preconceito, asssim como ele também ficaria possesso ao ler algo assim. Mas é aquela merda toda de novo... É jornal suíço, de Primeiro Mundo... então PODE. ¬¬
UPDATE: Ao que parece, a Paula confessou ter simulado toda a história, inclusive os cortes na pele. Dependendo do que acontecer no julgamento, ela pode pegar até 3 anos de cana. Uma pessoa que faz isso é doente, não arriscaria tudo o que ela tinha se fosse sã. Tem é que ser tratada, não presa.
Mudei. Mudei mudei e mudei. Nada contra o antigo layout das maçãzinhas, eu o adorava... mas ele era meio quebrado e estou sem Dreamweaver pra consertá-lo. Fora que o blogger é um saco pra adicionar widgets no modelo de HTML clássico, então peguei o mais minimalista possível, dei uma trocada de cores e fonte e voilà. Quando tiver os programas que preciso, faço um header decente e deixo isso aqui mais parecido comigo. Beyjas.